Férias sem culpa: como cuidar da alimentação das crianças no fim e início de ano

Nutricionista infantil Ana Chiapetti dá dicas práticas para evitar excessos e controlar o peso sem conflitos à mesa

Férias escolares costumam ser sinônimo de passeios, festas, viagens e uma rotina mais flexível. Nesse cenário, é natural que o consumo de doces, salgadinhos e alimentos ultraprocessados aumente. Para muitos pais, surge a preocupação: como equilibrar prazer e saúde, sem transformar a alimentação em um campo de batalha?

Segundo a nutricionista infantil Ana Chiapetti, o segredo não está na proibição, mas na estratégia. “As férias não precisam ser um período de descuido alimentar. Com organização e pequenas mudanças no ambiente e na rotina, é possível proteger a saúde das crianças, seja para controlar o peso ou para favorecer um ganho saudável”, explica.

Pensando nisso, Ana Chiapetti reuniu 10 dicas práticas para ajudar as famílias a atravessarem o período de férias com mais leveza e saúde:

1. Biscoitos/Chips em porções controladas

Evite oferecer alimentos direto do pacote. Sirva pequenas porções em potes e associe sempre a uma opção nutritiva, como frutas cortadas ou oleaginosas adequadas à idade.

2. Priorize versões caseiras

Sempre que possível, substitua salgadinhos industrializados por pipoca de milho feita em casa, com pouco sal e sem manteiga, opção mais nutritiva e igualmente atrativa.

3. Cozinhe com as crianças

Transforme as férias em um momento de aprendizado. Preparar bolos e lanches caseiros com frutas, aveia e ingredientes simples aumenta a aceitação alimentar de forma natural.

4. Mantenha uma rotina básica de refeições

Mesmo com horários flexíveis, preservar café da manhã, almoço, lanche e jantar ajuda a evitar beliscos constantes ao longo do dia.

5. Use a regra do “2 por 1”

Para cada alimento considerado “extra”, ofereça duas opções nutritivas junto, como frutas, iogurte natural, suco de fruta feito na hora ou vegetais crocantes.

6. Tenha opções saudáveis sempre disponíveis

Deixe no freezer panquequinhas, bolinhos de banana com aveia, muffins caseiros e frutas congeladas para smoothies. Assim, a praticidade não depende de ultraprocessados.

7. Negocie quantidades, não proíba alimentos

A restrição total pode aumentar o desejo. O ideal é negociar porções e combinações, respeitando o momento da criança.

8. Incentive a hidratação

Em dias quentes, sede pode ser confundida com fome. Manter água sempre acessível reduz o consumo desnecessário de snacks.

9. Programe os alimentos “divertidos”

Quando a criança sabe que haverá um momento específico para consumir um alimento desejado, a ansiedade diminui e os pedidos excessivos também.

10. Use o ambiente a favor da criança

Evite deixar alimentos ultraprocessados à vista. Frutas lavadas e cortadas, como melancia em cubos, uvas ou banana com aveia, estimulam escolhas mais saudáveis sem pressão.

Para a nutricionista infantil Ana Chiapetti, o principal objetivo nas férias é manter uma relação equilibrada com a comida. “A alimentação infantil deve ser construída com constância, afeto e educação alimentar. As férias são uma excelente oportunidade para ensinar equilíbrio, sem culpa e sem rigidez”, conclui.