Patinetes elétricos em Natal: Virou bagunça?
- Wender Gomes
- 23 de set.
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Dois dias após o lançamento dos patinetes elétricos em Natal, o que deveria ser um símbolo de modernidade já se transformou em motivo de piada nas redes sociais. Flagrantes que beiram o absurdo têm se multiplicado, expondo a fragilidade de um serviço que mal começou e já demonstra os limites da nossa cultura urbana.
Foram disponibilizadas cerca de 600 unidades em pontos estratégicos como Ponta Negra, Praia de Miami e Praia do Meio. A fase experimental, com duração prevista de 120 dias, parecia promissora no papel. Na prática, revela o óbvio: a cidade não tem estrutura mínima para esse tipo de iniciativa — e a população não foi preparada para lidar com ela.
A pergunta é simples: Natal está pronta para receber um serviço como esse? A resposta, infelizmente, é não. Falta planejamento urbano, faltam ciclofaixas, faltam campanhas de orientação, e, sobretudo, falta consciência coletiva. O resultado é um festival de cenas grotescas: patinetes levados para dentro de casa, estacionado em cima de parada de ônibus, pilotado por duas pessoas ao mesmo tempo, e até usados em áreas proibidas, como a areia da praia.
O que se desenha é um retrato cruel: em vez de ser incorporada como alternativa sustentável de mobilidade, a novidade virou brinquedo, virou bagunça. O progresso até ensaia uma visita a Natal, mas esbarra na insistência do atraso — atraso de gestão, de infraestrutura e de mentalidade. O patinete, que poderia ser aliado da cidade moderna, acabou virando mais um símbolo da falta de preparo para lidar com o futuro.
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